«[...] Muita vez me tem sucedido querer
atravessar o rio, estes dez minutos do Terreiro do Paço a Cacilhas. E quase
sempre tive como que a timidez de tanta gente, de mim mesmo e do meu propósito.
Uma ou outra vez tenho ido, sempre opresso, sempre pondo somente o pé em terra
de quando estou de volta.
Quando se sente de mais, o Tejo é
Atlântico sem número, e Cacilhas outro continente, ou até outro universo. [...]
[Bernardo Soares, In "Livro do Desassossego"]
(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)
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