sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

"Tejo-Mar"


Um soneto "fresquinho", que nasceu hoje, à beira-Tejo...


Tejo-Mar

Passeio ao lado do Tejo-Mar
sem qualquer barca-coragem.
Talvez lhes falte jeito para dançar
com qualquer musa selvagem.

(um minuto depois...)

Fico feliz ao ver um cacilheiro
que acabou de deixar o cais.
Como se o seu "coração-marinheiro"
não se assustasse com temporais...

(dois minutos depois)

E depois descubro um veleiro
também sem medo da maresia
e deste tempo quase traiçoeiro

Fura as ondas com subtileza
com um toque de aventura e magia
oferecendo imagens de rara beleza.


[Luís Alves Milheiro]



(Fotografia Luís Eme - Tejo)

domingo, 8 de dezembro de 2019

As "Canoas do Tejo"...


As "Canoas do Tejo", é um excelente poema, escrito para fado por Frederico de Brito e popularizado pela excelente voz de Carlos do Carmo...


Canoas do Tejo
  

Canoa de vela erguida,
Que vens do Cais da Ribeira,
Gaivota, que anda perdida,
Sem encontrar companheira

O vento sopra nas fragas,
O Sol parece um morango,
E o Tejo baila com as vagas
A ensaiar um fandango

Canoa,
Conheces bem
Quando há norte pela proa,
Quantas docas tem Lisboa,
E as muralhas que ela tem


Canoa,
Por onde vais?
Se algum barco te abalroa,
Nunca mais voltas ao cais,
Nunca, nunca, nunca mais

Canoa de vela panda,
Que vens da boca da barra,
E trazes na aragem branda
Gemidos de uma guitarra

Teu arrais prendeu a vela,
E se adormeceu, deixá-lo
Agora muita cautela,
Não vá o mar acordá-lo

(Fotografia de Luís Eme - Tejo)