Apressado vai descendo.
Olhar (e Amar) o Tejo...
(palavras e imagens do rio da minha aldeia, que por um mero acaso, também é o melhor rio do mundo...)
domingo, 21 de maio de 2023
"Ribatejo e Alentejo"
Apressado vai descendo.
sexta-feira, 19 de maio de 2023
"A Ilusão do Mar da Palha"
"A Ilusão do Mar da Palha"
Não sei porque lhe chamam Mar da Palha.
Também não me importa muito saber.
Sei que é mesmo um Mar, e que me já deixou perdida.
Sim, antes de conhecer bem as duas margens do Tejo, não sabia lá muito bem para que lado ficava o Mar.
Podia ficar na direcção de Belém, mas também podia ficar depois de Alcochete.
Gosto desta "ilusão" que nos é oferecida pelo Mar da Palha, que também deve baralhar muitos turistas, que gostam de perder o Norte e o Sul das coisas, como eu...
(Texto da Bela)
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
domingo, 30 de abril de 2023
"Abril, Cacilhas e Tejo"
quinta-feira, 20 de abril de 2023
"Era uma Delícia a Travessia do Tejo entre Margens"
Era frequente, roazes e golfinhos subirem o Tejo junto à margem sul à caça de chocos e lulas que na época própria entravam no estuário à procura dos sapais do Seixal, Moita e Montijo para desovarem. Eram dias de festa para os cetáceos e pescadores de Cacilhas.» [...]
[Diamantino Lourenço, in "Cacilhas, ponto de partidas, local de passagem"]
(Fotografia de Luís Eme - Tejo)
sexta-feira, 31 de março de 2023
"Roteiro de Lisboa"
Roteiro de Lisboa
Vejam meus
senhores
é uma cidade
com suas crianças
homens sem idade
É uma cidade
cercada colhida
é uma cidade
uma rapariga
Casas de ocultar
os homens lá dentro
mulheres que se mostram
envoltas no vento
Vejam meus
senhores
é uma cidade
com seus monumentos
histórias de braçado
[...]
Lá em baixo o Tejo
que é nome do rio
a lamber as armas
com suas colunas
Com seus prédios
velhos
um rio lá em baixo
a lamber as pedras
as pernas-guindastes
De onde o seus
bateis
partiam diurnos
vejam meus senhores
é uma cidade
de mãos empurradas
no fundo sem idade
com suas crianças
homens dos olhos
De bruços o céu
com seus girassóis
Lisboa é cidade
com heróis de luto
Maria Teresa Horta
quarta-feira, 29 de março de 2023
"A Luz de Lisboa"
[Ana Eiró, in "A Luz de Lisboa"]
(Fotografia de Luís Eme - Tejo)
terça-feira, 21 de março de 2023
A "Visita Guiada" do Romeu...
Visita Guiada
a visita começou em
Cacilhas
a bonita terra dos
“orelhudos”
e de tantas outras
maravilhas
que não davam espaço a
sisudos
com a tua arte de contador
de histórias
falaste do Arrobas, do
Elias Garcia
e de tanta gente de
felizes memórias
utilizando alguns pós
de fantasia
depois vieram os
lugares mágicos
que não trouxeram
apenas encanto
focaste os
acontecimentos trágicos
salvos por um ou outro
“santo”
quando abriste a porta
dos restaurantes
sentimos o aroma das
belas caldeiradas
convocaste mais
personagens apaixonantes
que na tua voz se
tornaram encantadas
depois caminhámos em
direcção ao “Rio-Mar”
era ali que começava e
acabava o Ginjal
com tantas aventuras
para contar
e quase sem darmos por
isso, estávamos no Ponto Final
(Luís [Alves] Milheiro)
(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)
terça-feira, 28 de fevereiro de 2023
"A Avenida da Margem Sul e os Transportes do Tejo" (três)
[...] «O Tejo contém em si toda a história da nacionalidade, desde a tomada de Lisboa aos mouros, até às descobertas; desde a nossa epopeia de conquistas pelo mundo além, até ao momento colonizador e até ao momento internacional presente.
O Tejo tem sido e será sempre a lombada do livro onde Camões escreveu o título da sua obra. Lombada, dum livro, digamos, cujas páginas se tem aberto só para um dos lados; lombado dum livro que os lisboetas não tem querido ler, reler, decorar, estimar e admirar largamente como merece, abrindo as suas folhas para um e outro lado, para uma e outra margem do rio.
Fugir do Tejo é fugir à contemplação, ao reviver de toda a história de Portugal, é fugir ao seu passado e ao seu presente; é tentar o retardamento do seu futuro.» [...]
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023
"A Avenida da Margem Sul e os Transportes no Tejo" (dois)
Continuamos com a conferência de Agro Ferreira, de 1933...
[...] «Vemos frequentemente discutidos o porto de Lisboa, os cais, a margem citadina pejada de depósitos de toda a natureza, oferecendo por vezes o espectáculo de estendal de sucatas.
O Porto de Lisboa... Meio porto, afinal lhe chamo eu, pois só se tem contado com a margem norte do Tejo, esquecendo que existe a margem sul, e que, enquanto a entrada do Tejo oferecer estes espectáculo de abandono, o porto de Lisboa dará sempre a impressão de pequenez miserável, resultante do desaproveitamento do natural conjunto das suas margens.» [...]
Nota: Infelizmente tivemos de esperar pelo século XXI para que as margens do rio fossem aproveitadas e devolvidas aos lisboetas e visitantes...
(Fotografia de Luís Eme - Porto Brandão)
sábado, 25 de fevereiro de 2023
"A Avenida da Margem Sul e os Transportes no Tejo" (um)
Vamos transcrever as partes mais importantes da sua conferência "A Avenida da Margem Sul do Tejo e os Transportes do Tejo", proferida em Almada, em Março de 1933, graças ao Boletim "Almada na História" (19-20), por aqui:
«Antes de enfrentar o mar e para chegar naturalmente até ele, Lisboa deveria ter acompanhado o Tejo.
Tudo indicava que assim deveria ter sido; tudo indica que assim deverá, ainda, ser para o futuro.
O Tejo das descobertas, o Tejo porto de mar, o Tejo cais da Europa, o Tejo porto de pesca, o soberbo Tejo panorâmico, rodeado do lado Norte de suaves encostas, até Cascais, indicava na verdade, historicamente, artisticamente, e até higienicamente, a orientação da urbanização citadina.
E assim se teria atingido o mar com as novas avenidas, que lançadas para o interior, ficariam confinadas, sem as prespectivas, que pelas meias encostas, no sentido longitudinal, lhes eram oferecidas, pelo estuário soberbo, ou, já mais adiante, pela baía majestosa, pelo mar, em fim.» [...]
(Fotografia der Luís Eme - Olho de Boi)
terça-feira, 31 de janeiro de 2023
"Seu Apelido - Lisboa"
Seu
apelido – Lisboa
É varina, usa chinela,
tem movimentos de gata.
Na canastra, a caravela;
no coração, a fragata
Em vez de corvos, no xaile
gaivotas vêm pousar.
Quando o vento a leva ao baile
Baila no baile co’ o mar.
É de conchas o vestido;
tem algas na cabeleira;
e nas veias o latido
do motor de uma traineira.
E nas veias o latido
Do motor duma traineira
E nas veias o latido
Do motor duma traineira
Vende sonho e maresia,
tempestades apregoa.
Seu nome próprio, Maria.
Seu apelido, Lisboa
Seu nome próprio - Maria
David Mourão-Ferreira
(Fotografia Luís Eme - Lisboa)