quarta-feira, 30 de setembro de 2020

"Perdida entre o Porto Brandão e a Trafaria"


Apanho o barco em Belém.

Não tenho destino. Tanto posso ficar no Porto Brandão como na Trafaria.

No meio do rio olho ambas as margens, com entusiasmo. À medida que vou chegando ao Porto Brandão, vou descobrindo alguns encantos e também algumas indústrias com torres fumarentas.

À última hora, desisto de desembarcar. Prefiro passar ao largo da "Torre Velha" e do "Asilo", que vão ser hotel de cinco estrelas. Ainda continuam deslumbrantes, lá no alto.

E sim, prefiro que sejam um hotel com estrelas, que ruínas, cada vez mais decadentes e perigosas. 

Continuará a ser um lugar vistoso, que quase abraça o Tejo, lá do cimo da quase montanha...

[Ester Núncio]


(Fotografia Luís Eme - Porto Brandão)


quinta-feira, 24 de setembro de 2020

"Sem Muros"



A vista é maravilhosa. Sempre foi. 

Mesmo quando existiam "muros invisíveis", até mesmo junto ao Cais de Sodré...

Talvez existissem demasiadas pessoas distraídas, noutros tempos. Graças aos muitos políticos que lhe viravam costas, sempre que podiam, ou "construíam "mostrengos" rente às suas margens.

Gosto que o Tejo esteja "mais" em todo o lado, que além de Lisboa e de Almada, ele continue belo no Barreiro, no Seixal, em Alcochete ou em Vila Franca de Xira...

Gosto de olhar o rio na tua casa, mas também na da avó ou da do tio Quim.

E nenhum deles mora, felizmente, no bairro do "Picapau Amarelo", que uma política pequenina, inveja, ao ponto de querer ir para lá morar "ontem"...

[Ester Núncio]


(Fotografia de Luís Eme - Tejo)