Apanho o barco em Belém.
Não tenho destino. Tanto posso ficar no Porto Brandão como na Trafaria.
No meio do rio olho ambas as margens, com entusiasmo. À medida que vou chegando ao Porto Brandão, vou descobrindo alguns encantos e também algumas indústrias com torres fumarentas.
À última hora, desisto de desembarcar. Prefiro passar ao largo da "Torre Velha" e do "Asilo", que vão ser hotel de cinco estrelas. Ainda continuam deslumbrantes, lá no alto.
E sim, prefiro que sejam um hotel com estrelas, que ruínas, cada vez mais decadentes e perigosas.
Continuará a ser um lugar vistoso, que quase abraça o Tejo, lá do cimo da quase montanha...
[Ester Núncio]
(Fotografia Luís Eme - Porto Brandão)