«A
janella do quarto de trabalho deitava para o Tejo. No meio da verdura dos
quintaes e das hortas resaíam as casas, que se aglomeravam pela encosta até á
beira do rio. Os montes do outro lado.
Se
a margem esquerda do Tejo fosse arborisada de pínheiraes, como é a do Douro,
que aprasivel effeito não produziria no animo do viajante, que já vem
maravilhado com a entrada da barra de Lisboa.
A
vista dilatava-se pelo espaçoso largo, descia pela encosta. ingreme, e
espraiava-se pelas aguas transparentes do rio.
O
gabinete de estudo era pequeno. No inverno aconchegado, agasalhado ou
"confortável", como agora se diz. Na primavera e verão abria-se a
grande janella, e arejava-o a brisa fresca do mar.
Uma
janella que deita para o mar desafoga os pulmões e também a alma.»
(Fotografia de Luís Eme - Monte de Caparica)
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