[...] «O Tejo contém em si toda a história da nacionalidade, desde a tomada de Lisboa aos mouros, até às descobertas; desde a nossa epopeia de conquistas pelo mundo além, até ao momento colonizador e até ao momento internacional presente.
O Tejo tem sido e será sempre a lombada do livro onde Camões escreveu o título da sua obra. Lombada, dum livro, digamos, cujas páginas se tem aberto só para um dos lados; lombado dum livro que os lisboetas não tem querido ler, reler, decorar, estimar e admirar largamente como merece, abrindo as suas folhas para um e outro lado, para uma e outra margem do rio.
Fugir do Tejo é fugir à contemplação, ao reviver de toda a história de Portugal, é fugir ao seu passado e ao seu presente; é tentar o retardamento do seu futuro.» [...]
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
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