terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

"A Avenida da Margem Sul e os Transportes do Tejo" (três)


Vamos transcrever mais uma eloquente passagem da conferência de Agro Ferreira, que se realizou em Almada no já longínquo ano de 1933...

[...] «O Tejo contém em si toda a história da nacionalidade, desde a tomada de Lisboa aos mouros, até às descobertas; desde a nossa epopeia de conquistas pelo mundo além, até ao momento colonizador e até ao momento internacional presente.

O Tejo tem sido e será sempre a lombada do livro onde Camões escreveu o título da sua obra. Lombada, dum livro, digamos, cujas páginas se tem aberto só para um dos lados; lombado dum livro que os lisboetas não tem querido ler, reler, decorar, estimar e admirar largamente como merece, abrindo as suas folhas para um e outro lado, para uma e outra margem do rio.

Fugir do Tejo é fugir à contemplação, ao reviver de toda a história de Portugal, é fugir ao seu passado e ao seu presente; é tentar o retardamento do seu futuro.» [...]

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


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