sexta-feira, 25 de outubro de 2024

"Não sentes o cheiro a maresia?"

 


«Não sentes o cheiro a maresia?  O Tejo, pois minha flor, cantado por poetas e vagabundos, marginais e aventureiros, que, afinal, são uma e a mesma pessoa. Milagres? Só o santo, querida! O Sant ‘Antoninho que também protegia os namorados, repara como ele está bonito e bem humano, nesse altar ingénuo.»

 

                                                           [Eduardo Guerra Carneiro, “Sete”, 20 Jun 79]


(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, 20 de outubro de 2024

"Convém não esquecer o brilho do Tejo..."


«Convém não esquecer o brilho do Tejo que aparece por entre uma viela, um beco, umas escadas, do cimo de um adro de igreja. Peregrinar, como diria o mestre, é afinal divagar. No café da D. Teresa “flippers” a piscarem luzinhas e a darem bip-bip, as cerimónias do Dia de Portugal lá em cima nas terras da tua infância, um metalúrgico-fadista que não chegou a cantar o fado pois as senhoras queriam ver a TV e as variedades, zangado comigo por querer ir-me embora, uma sopa bem quente para cortar a ressaca.»

 

                                                           [Eduardo Guerra Carneiro, “Sete”, 20 Jun 79]


 (Fotografia de Luís Eme - Lisboa)