«O ar, a cor, a luz... A maneira como a cidade se foi adaptando à
orografia, tornando-se barroca no sentido das perspetivas inesperadas. Vai-se
na Rua da Escola Politécnica, olha-se para a esquerda e tem-se o Tejo lá em
baixo. É também barroca no sentido da surpresa, é feita de pequenos recantos
onde tudo se encaixa. Isto é das coisas que mais me encanta. E a luz, claro,
que tem a ver com a sorte de apanhar o vento norte que limpa tudo e fica só a
reflexão da bacia do mar da Palha. Neste aspeto, Lisboa tem uma condição única.
Tem o mar à frente. Só é comparável a Istambul.»
[José Sarmento de Matos, in "E (Expresso)", 6 de Maio de 2017]
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
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