sexta-feira, 10 de setembro de 2021

"Miradouro"

 


Miradouro

Frágeis, acenam alvos lenços d'asas
as gaivotas que a brisa mansa, embala.
O rio azula, emoldurado em casas.
- Que lindo quadro para pôr na sala!

No lírico perfil fogem veleiros,
onde embarquei uns restos de ansiedade;
e no cais, os guindastes e os cargueiros
são prática e viril realidade.

É mentira, talvez,
assinar com o meu nome esta poesia; 
o Tejo foi quem na fez...
Cheira a limos, a sal, a maresia.

António Manuel Couto Viana

["Lisboa com os seus Poetas - Colectânea de Poesia sobre Lisboa"]


(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


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