Numa entrevista ele falou do Tejo, numa situação muito especial (pelo lugar e pelo tempo que se vivia...), que transcrevo com a devida vénia:
«A única vez em que estive na [Rua]
António Maria Cardoso [sede da PIDE], no famoso terceiro andar, um andar de más
recordações para muita gente, estava um dia maravilhoso. Eu olhava o Tejo e
lembrava-me de um verso do Pessoa (já naquela altura). Vem um rapaz: “Ó Sr.
Dr., está em França. Não me pode arranjar lá um emprego?”. Isto não se
acredita. “Ó homem, você está aqui tão bem... Vão ao cinema e andam nos carros
eléctricos de borla.” Um bocado cínico da minha parte... Mas aquilo não era uma
brincadeira. Muita gente pagou caramente, eram militantes a sério.»
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Olá Agnieszka.
ResponderEliminarÉ um prazer ver-te aqui, rente ao Tejo.