Pensava que este meu blogue, que flutua, nada e mergulha nas águas do Tejo, ia ser um sucesso. "Pensava" porque cometia um velho erro, esse mesmo, o de pensar que "o meu gosto é parecido com o gosto dos outros".
Parece que afinal não é.
Mudando de assunto, felizmente tenho alguns amigos que amam e escreveram sobre o Tejo, como é o caso do poeta Alberto Afonso, autor deste bonito poema:
Duas sombras
Duas sombras
Vogam em total liberdade,
Um imenso corpo
Feito de águas e de batalhas.
São duas aves brancas
Que anunciam o regresso
De uma breve viagem
No tempo e na vida.
Poisaram nas margens do Tejo
Como quem poisa num sonho
Perfumado por vozes e maresia.
São agora dois seres imensuráveis
Embriagados de um silêncio azul e voluptuoso
Tal como o rio, que os viu nascer há tanto.
Em fino areal humedecido
Homem e mulher, caminham harmoniosamente
Como se fossem dois dóceis animais
Que desvendam
Em cada concha sem vida
Tudo o que lhes resta
Do seu mundo de memórias por contar
(Foto de Luís Eme - Ginjal)
Um belo poema de um autor que não me lembro de ter lido alguma vez. A foto do Ginjal muito bonita.
ResponderEliminarAbraço e saúde
É um poeta almadense, Elvira.
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