Aceitei o "desafio" da Maria Rosário Pedreira, das "Horas Extraordinárias" e fiz quase um fado, na tentativa de ilustrar estes dias, ao mesmo tempo que procuro homenagear todos os funcionários de hospitais e centros de saúde (especialmente médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem)...
Vai ao Encontro do Rio
Vai ao encontro do rio
Que lhe dá a ilusão de ser mar
Sem medo das nuvens e do frio
Para ficar ali, parado, a olhar
Não consegue despir a dor
Após mais um dia passado
Nos corredores do terror
Que o deixam tão arrasado
Parece um autómato a andar
Pelas ruas da cidade que ama
Sem ter tempo para sonhar.
Até que alguém o chama
Um polícia faz-lhe sinal.
É para desaparecer
Como se fosse ele o mal
Que está a deitar tudo a perder
O agente nem sequer sonha
Que ele é um simples enfermeiro
Que fura esta Lisboa tristonha
Antes de apanhar o cacilheiro
Vai apenas ao encontro do rio
Que lhe dá a ilusão de ser mar
Sem medo das nuvens e do frio
Para ficar ali, parado, a olhar
Luís (Alves) Milheiro
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