Retrato
do Povo de Lisboa
[...]
É da voz do meu povo uma criança
semi-nua nas docas de Lisboa
que eu ganho a minha voz
caldo verde sem esperança
laranja de humildade
amarga lança
até que a voz me doa.
Mas nunca se dói só quem a cantar magoa
dói-me o Tejo vazio dói-me a miséria
apunhalada na garganta.
Dói-me o sangue vencido a nódoa negra
punhada no meu canto.
[Ary dos Santos, in "Fotos-grafias"]
semi-nua nas docas de Lisboa
que eu ganho a minha voz
caldo verde sem esperança
laranja de humildade
amarga lança
até que a voz me doa.
Mas nunca se dói só quem a cantar magoa
dói-me o Tejo vazio dói-me a miséria
apunhalada na garganta.
Dói-me o sangue vencido a nódoa negra
punhada no meu canto.
[Ary dos Santos, in "Fotos-grafias"]
Um belo momento de poesia muito bem ilustrado.
ResponderEliminarAbraço
O Tejo é um "filão" de coisas belas...
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