quarta-feira, 21 de agosto de 2019

A "Gaivota" do O'Neill...


O poema "Gaivota" de Alexandre O' Neill é conhecido sobretudo como "letra" de fado. Cantado inicialmente pela Amália, com arranjos musicais de Alain Oulman, acabaria por  ser interpretado por dezenas fadistas, como foram os casos de Carlos do Carmo ou de Cristina Branco.

Em 2009 a "Gaivota" de O'Neill voltaria a estar na "moda", graças a um grupo de músicos (quase todos dos Gift...) que criaram o  grupo "Amália Hoje", para homenagear a nossa fadista maior, com a voz de Sónia Tavares. 

Embora este poema não fale directamente do Tejo, fala do céu de Lisboa e de um "mar" que só pode ser o "melhor rio do mundo"...


Gaivota

Se uma gaivota viesse
Trazer-me o céu de Lisboa
No desenho que fizesse,
Nesse céu onde o olhar
É uma asa que não voa,
Esmorece e cai no mar.
Que perfeito coração

No meu peito bateria,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
Dos sete mares andarilho,
Fosse quem sabe o primeiro
A contar-me o que inventasse,
Se um olhar de novo brilho
No meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
No meu peito bateria,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração.
[...]

(Fotografia de Luís Eme - Tejo)

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