[José Rodrigues dos Santos, in "Um Milionário em Lisboa"]
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
(palavras e imagens do rio da minha aldeia, que por um mero acaso, também é o melhor rio do mundo...)
[José Rodrigues dos Santos, in "Um Milionário em Lisboa"]
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
[José Rodrigues dos Santos, in "Um Milionário em Lisboa"]
(Fotografia de Luís Eme - Tejo)
[José Sarmento de Matos, in "E (Expresso)", 6 de Maio de 2017]
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
«O Tejo quando ainda tinha fragatas a
passearem-se pelas águas e voavam golfinhos a caminho da Barra.
O José Quitério a falar dos prazeres de
uma caldeirada, à fragateiro, na “Floresta do Ginjal”, com fragatas a
entrarem-lhe pelos olhos dentro.
O grito das gaivotas, o vai-vem dos
cacilheiros, um estado de espírito ondulado.
Esta fotografia deslavada foi tirada
com um caixote-kodak, a minha primeira máquina fotográfica, prenda, pelos
meus 15 anos, do António Colaço.
Memórias doces e afáveis.»
[Sammy, in “Cais do Olhar”]
(Fotografia e texto publicados no blogue "Cais do Olhar", a 11 de Janeiro de 2011)
«Vitorino emagreceu, o bigode foi-se-lhe
tornando todo branco. Um belo dia, juntou-se com Vera Quitério, no velho
apartamento das Avenidas, e passou também a dizer "era bom que trocássemos umas
ideias sobre o assunto".
Uma ocasião, Jorge Matos encontrou-o e
dirigiu-lhe pela quinquagésima vez a pergunta que todos os comunistas de todo o
Mundo já se fizeram, no íntimo, pelo menos quatrocentas vezes: "que significa
ser comunista, hoje?". Vitorino recolheu-se, sisudo, durante um momento
brevíssimo. Depois, abriu um sorriso jovial, de orelha a orelha, e deu-lhe uma
palmada sonora nas costas: "É pá, tem calma, pá!", disse.
E o Tejo continuou a correr, e os tempos a
não haver meio de os parar.»
[Mário de Carvalho in "Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto"]
(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)
A Água-Furtada
«Mas a vista era o melhor do quarto. Daquela água furtada seguia-se o Tejo por aí acima, desde o mar até perder-se à esquerda. Em redor as casas ficavam devassadas por aquela janela de telhado e as traseiras dos prédios com a actividade das criadas davam ao Antunes a impressão de entrar no segredo dos andares. Uma por uma, cada janela por onde os seus olhos entravam sabiam-lhe a ninho.
A cama de ferro, a mesa de pinho, a cómoda indigente, o lavatório inventado e o espelho da lata justo para a cara... não havia mais remédio do que ir recompensar-se no panorama.
Do seu novo quarto. Lisboa parecia ao Antunes uma cidade desconhecida com as traseiras de fora. Interiormente, parecia-lhe que a sua vida acabava de bem merecer aquele franciscanismo. Mas o verdadeiro merecimento deste novo quarto para o Antunes consistia em que tudo o que a ele tinha acontecido até esta água-furtada era para rasgar. Só depois de bem rasgado tudo o que de até este quarto é que Antunes poderia então começar a pensar na maneira de arranjar para si uma nova alma mais competente.»
[Almada Negreiros, in "Nome de Guerra"]
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
As margens dos rios constituem a Leziria inundada pelas cheias, em cujos nateiros se semeia trigo, se plantam legumes e se desenvolvem prados naturais aproveitados na criação, em larga escala, de touros e cavalos. As touradas portuguesas nasceram aqui e o campino, sempre a cavalo, munido de longa vara com que sujeita os bois à manada. é um tipo humano inseparável desta paisagem rara,»
[Orlando Ribeiro, in "Terra Nossa"]
(Fotografia de Luís Eme - Vila Franca de Xira)
[José Gomes Ferreira, in "Poesia VI"]
(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)