Olhar (e Amar) o Tejo...
(palavras e imagens do rio da minha aldeia, que por um mero acaso, também é o melhor rio do mundo...)
sexta-feira, 9 de maio de 2025
"Mais Perto do Tejo"
sábado, 26 de abril de 2025
Para um Operário da Lisnave
quinta-feira, 17 de abril de 2025
(Viva esta espontaneidade tão boa!)
sábado, 5 de abril de 2025
Gaivotas
quarta-feira, 26 de março de 2025
Influente
terça-feira, 11 de março de 2025
"Lisboa na vertente luminosa não mudou"
«A mesma luz branca de Lisboa imortalizada pelo realizador suíço Alain Tanner continua a banhar a cidade, reflectida pelo rio e espelhada no seu casario. Se hoje chegasse a Portugal o marinheiro, personagem principal do filme de Tanner, talvez ainda fosse vítima de roubo e agressão e com um pouco de sorte encontraria Rita a criada de quarto com um diamante negro entre as pernas e viveria as mais belas cenas eróticas da sua paragem na cidade branca.
Lisboa na vertente luminosa não mudou. Mas
alterou e muito a sua componente sociológica e tornou-se uma cidade mais
caótica e desregulada que a Lisboa de Tanner dos anos 80 do século passado.
Quem vive em Lisboa, ou quem a visita e a
percorre de carro ou a atravessa a pé, nota as diferenças com bastante
facilidade. Entram, diariamente, cerca de 400 mil carros que se juntam aos 200
mil que existem na capital.»
[António
Capinha, “D. Notícias”, 07 Mar 25]
(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025
Ginjal (início)
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
"Sempre o Tempo"
sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
O Rio encantador e matreiro...
[José Paulo Vieira, "Visão (sete)", 30 Mar 99]
(Fotografia de Luís Eme - Tejo)
segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
"Decisão"
domingo, 22 de dezembro de 2024
Os olhos de Cristina
Os olhos de Cristina
Inquietos, sacudidos pelo bulício da cidade antiga, os olhos de Cristina vieram da cidade nova e são dois faróis a avisarem a navegação das próximas tempestades quotidianas. Cristina saiu da estação do Metro da Baixa-Chiado e atravessou a muralha mandada construir por D. Fernando para beber um café e comer um bolo. Vista ao longe, diluída na pressa dos semáforos, Cristina não é apenas uma mulher. É também a imagem de uma cidade. Cidade habitada por afectos, cruzada por ruas de sonhos, por praças projectadas na vontade de ser feliz. Se Lisboa é uma cidade-mulher, luminosa e pronta a ser conquistada todas as manhãs, Cristina é uma mulher-cidade e os seus olhos, ora inquietos ora serenos, são as portas dessa cidade luminosa mas apenas existente nas metáforas e nas imagens. À direita, o Rio Tejo dá nos olhos de Cristina a ilusão de estar colocado nos últimos telhados da Rua do Alecrim. («Alecrim, alecrim aos molhos, por causa de ti choram os meus olhos» – diz a cantiga popular. Adiante.) Os cacilheiros, repletos de pessoas e de viaturas parecem desaguar num cais insólito feito de telhas antigas e de gaivotas ruidosas. Para o fim da tarde, no regresso a casa na cidade nova, os olhos de Cristina estão serenos pelo cansaço e pela presença luminosa de Raquel, sua filha. Se de manhã se juntou a cidade-mulher (Lisboa) à mulher-cidade (Cristina) então de tarde vemos que a mistura feliz é da mulher-menina (Cristina) com a menina-mulher (Raquel). Os olhos de Cristina, motivo do texto, são uma espécie de selo branco que vai certificar o momento feliz de encontro e de plenitude que esta crónica procura representar. Ou seja: dar um testemunho feito de palavras resgatadas à pressa da cidade.
José do Carmo Francisco
(Fotografia de Luis Eme - Lisboa)