«A mesma luz branca de Lisboa imortalizada pelo realizador suíço Alain Tanner continua a banhar a cidade, reflectida pelo rio e espelhada no seu casario. Se hoje chegasse a Portugal o marinheiro, personagem principal do filme de Tanner, talvez ainda fosse vítima de roubo e agressão e com um pouco de sorte encontraria Rita a criada de quarto com um diamante negro entre as pernas e viveria as mais belas cenas eróticas da sua paragem na cidade branca.
Lisboa na vertente luminosa não mudou. Mas
alterou e muito a sua componente sociológica e tornou-se uma cidade mais
caótica e desregulada que a Lisboa de Tanner dos anos 80 do século passado.
Quem vive em Lisboa, ou quem a visita e a
percorre de carro ou a atravessa a pé, nota as diferenças com bastante
facilidade. Entram, diariamente, cerca de 400 mil carros que se juntam aos 200
mil que existem na capital.»
[António
Capinha, “D. Notícias”, 07 Mar 25]
(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)
Sem comentários:
Enviar um comentário