terça-feira, 11 de março de 2025

"Lisboa na vertente luminosa não mudou"

«A mesma luz branca de Lisboa imortalizada pelo realizador suíço Alain Tanner continua a banhar a cidade, reflectida pelo rio e espelhada no seu casario. Se hoje chegasse a Portugal o marinheiro, personagem principal do filme de Tanner, talvez ainda fosse vítima de roubo e agressão e com um pouco de sorte encontraria Rita a criada de quarto com um diamante negro entre as pernas e viveria as mais belas cenas eróticas da sua paragem na cidade branca.

Lisboa na vertente luminosa não mudou. Mas alterou e muito a sua componente sociológica e tornou-se uma cidade mais caótica e desregulada que a Lisboa de Tanner dos anos 80 do século passado.

Quem vive em Lisboa, ou quem a visita e a percorre de carro ou a atravessa a pé, nota as diferenças com bastante facilidade. Entram, diariamente, cerca de 400 mil carros que se juntam aos 200 mil que existem na capital.»

 

                                                           [António Capinha, “D. Notícias”, 07 Mar 25]


(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


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