É quase Natal
e ali vai o pescador,
o velho do bigode
e da camisa de flanela
com quadrados verdes.
Não sei o que é que ele vê
e encontra no Tejo.
Não acredito que queira
pescar um peixe
para a consoada.
Talvez queira apenas
estar só e abraçar
os seus fantasmas queridos
sem qualquer objecção.
É quase Natal
e ali vai o pescador,
com a cana ao ombro
como se fosse um dia
igual aos outros.
João Almeida
(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)
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