Nota: Porque hoje é dia de homenagear este Amigo, recordo aqui um dos seus poemas com Tejo, barcas e gaivotas...
Olhar (e Amar) o Tejo...
(palavras e imagens do rio da minha aldeia, que por um mero acaso, também é o melhor rio do mundo...)
quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024
"Fragatas"
Nota: Porque hoje é dia de homenagear este Amigo, recordo aqui um dos seus poemas com Tejo, barcas e gaivotas...
domingo, 25 de fevereiro de 2024
"Ficou ainda a música no ar..."
[Vergílio Ferreira, in "Em Nome da Terra"]
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
domingo, 28 de janeiro de 2024
"Écloga"
quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
"Poema da Memória"
Poema da Memória
Havia no meu tempo
um rio chamado Tejo
que se estendia ao
Sol na linha do horizonte.
Ia de ponta a
ponta, e aos seus olhos parecia
exactamente um
espelho
porque, do que
sabia,
só um espelho com isso
se parecia.
De joelhos no
banco, o busto inteiriçado,
só tinha olhos
para o rio distante,
os olhos do animal
embalsamado
mas vivo
na vítrea fixidez
dos olhos penetrantes.
Diria o rio que
havia no seu tempo
um recorte
quadrado, ao longe, na linha do horizonte,
onde dois grandes
olhos,
grandes e ávidos,
fixos e pasmados,
o fitavam sem
tréguas nem cansaço.
Eram dois olhos
grandes,
olhos de bicho
atento
que espera apenas
por amor de esperar.
E por que não
galgar sobre os telhados,
os telhados vermelhos
das casas baixas
com varandas verdes
e nas varandas
verdes, sardinheiras?
Ai se fosse o da
história que voava
com asas grandes,
grandes, flutuantes,
e poisava onde bem
lhe apetecia,
e espreitava pelos
vidros das janelas
das casas baixas
com varandas verdes!
Ai que bom seria!
Espreitar não, que
é feio,
mas ir até ao
longe e tocar nele,
e nele ver os seus
olhos repetidos,
grandes e húmidos,
vorazes e inocentes.
Como seria bom!
Descaem-se-me as
pálpebras e, com isso,
(tão simples isso)
não há olhos, nem
rio, nem varandas, nem nada.
[António Gedeão in Poemas
Póstumos]
(Fotografia de Luís Eme - Tejo)
quarta-feira, 27 de dezembro de 2023
"Tejo"
domingo, 24 de dezembro de 2023
"É Quase Natal"
sábado, 23 de dezembro de 2023
"Não me fales do Natal"
quinta-feira, 30 de novembro de 2023
"Menina dos Olhos de Água"
Menina, em teu peito sinto o Tejo
e vontades marinheiras de aproar.
Menina, em teus lábios sinto fontes
de água doce que corre sem parar.
e em teus cabelos nuvens de encantar
e em teu corpo inteiro sinto o feno
rijo e tenro que nem sei explicar.
Se houver alguém que não goste
não gaste - deixe ficar
que eu só por mim quero-te tanto
que não vai haver menina p'ra sobrar.
Tenho um rio grande o mundo inteiro
e sinto o mundo inteiro no teu colo.
Aprendi a amar a madrugada
que desponta em mim quando sorris.
És um rio cheio de água levada
e dás rumo à fragata que escolhi.
Se houver alguém que não goste
não gaste - deixe ficar ...
que eu só por mim quero-te tanto
que não vai haver menina p'ra sobrar.
[Pedro Barroso, in álbum "Cantos da Borda d'água"]
sábado, 25 de novembro de 2023
Conversa Com Fernando Pessoa no Martinho
Conversa Com
Fernando Pessoa no Martinho
A casa continua
como quando aqui paravas.
Talvez sejam os
mesmos que agora a povoam
destas conversas
sonolentas e cruzadas.
Ali ao longe o rio
persiste em navegar
e só as águas
envelheceram. O resto é
a cidade quer
dizer o nevoeiro
que quando
desembarcaste. Fala-se na esperança
e acredita-se no
medo. O resto é a cidade
que cantaste e te
desconheceu
e ainda desconhece
os que procuram
o violino de
palavras que criaste.
Manuel Alberto
Valente
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
sexta-feira, 20 de outubro de 2023
"Às vezes, ao fim da tarde..."
[Maria Judite de Carvalho, in "tanta gente Mariana..."]
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)